Hoje, dia 29 de outubro é o Dia Nacional do Livro. E nada melhor do que escrever sobre esse dia falando sobre a leitura que estou me dedicando atualmente. "Minha Vida de Menina", livro de Alice Dayrell Caldeira Brant, mas escrito sobre o pseudônimo de Helena Morley. Mas antes de falar sobre esse livro preciso voltar na minha leitura anterior, para você entender como cheguei a "Minha Vida de Menina".
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Alice
Dayrell Caldeira Brant – que
usou o pseudônimo de Helena
Morley. |
Como trabalho em um projeto de leitura vivo o tempo todo imerso em livros. Convivo com bibliotecários o tempo todo e estar ao lado desse tipo de profissional é ser bombardeado por informação à velocidade da luz. Eu gosto muito disso. E foi a Bibliotecária Regina Segurado que me apresentou o livro que me levou a outro livro e que sinto que me levará a vários. Em um dia que conversávamos sobre poesia lá na biblioteca, Regina começou a me contar um pouco sobre a história da poetisa americana Elizabeth Bishop. Instantaneamente fiquei com sede de ler seus poemas e poesias. Alguns dias depois a Regina chega com o livro "Flores Raras e Banalíssimas" ( de Carmen L. Oliveira). Não irei me aprofundar nesse livro porque esse é um assunto que merece uma postagem à parte.
O caso é que foi lendo "Flores Raras e Banalíssimas" que tive o primeiro contato com "Minha Vida de Menina". Bishop leu esse livro na época em que vivia no Brasil e se apaixonou de tal maneira por ele, que dedicou anos a sua tradução e posterior publicação nos Estados Unidos. O livro de Carmem L. Oliveira relata o empenho de Bishop em produzir algo de qualidade, como também sua luta para conseguir publicá-lo.
Acima versão brasileira de Minha Vida de Menina e edição traduzida por Elizabeth Bishop.
“Obra prima digna de qualquer literatura.” – Carlos Drummond de Andrade
Esse livro além de trazer o retrato de uma época ao nosso conhecimento, tem a especificidade de fazê-lo por um prisma diferenciado. Por se tratar da transcrição do diário de Helena, com treze anos na época, vem nos mostrar que a adolescência é realmente uma fase singular, onde os anseios e descobertas não conseguem ser interrompidos nem mesmo pela rigidez social de uma época. É uma oportunidade única de conhecer um Brasil "pós escravagismo" pelos olhos de uma adolescente. Essa personagem real faz com que o leitor caminhe por Diamantina e por sua escrita divertida e inteligente. Helena ou Alice era uma adolescente de inteligência perspicaz e seguindo os conselhos de seu pai, acabou por deixar registrado em palavras episódios importantes de sua vida . Os relatos datam do período entre 1893 e 1895.
A menina magra, sardenta e rebelde cresceu respondendo às contradições do seu tempo. Dividida entre a infância e a puberdade, entre o sonho do diamante redentor e as lavras e minas esgotadas, ela criou um olhar independente sobre a província tacanha e decadente. No seu diário, Helena Morley se revelou surpreendente, ferina, determinada e única.
Em 1942, aos 62 anos, Alice Dayrell publicou seu diário e obteve sucesso instantâneo. A autora ficou bastante surpresa, pois seu intuito era apenas relatar sua infância para suas netas. Era casada com Augusto Mário Caldeira Brant, com quem teve seis filhos e faleceu no Rio de Janeiro, em 1970.
"Minha Vida de Menina" foi parar também no cinema:
4 comentários:
Fiquei com uma vontade de Ler e assistir Minha vida de menina =D
Mas acho que vai ter que esperar porque Flores Raras e Banalíssimas estava na fila primeiro..
Fico muito contente de ver O Pedagogento atualizado novamente..
Pronto! agora eu assisti o filme... e a minha vontade de ler o livro ficou ainda maior... o filme me rendeu várias gargalhadas =D
Maravilhoso né? Achei que o filme deixou algumas passagens para trás que poderiam dar cenas hilárias, mas ainda sim conseguiu captar a leveza e beleza do livro!
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